Quase metade das exportações do agro segue com tarifaço nos EUA

  • 09/12/2025
(Foto: Reprodução)
Imagem de tilápia; 97,4% do que o setor exporta vai para os Estados Unidos. Diego Vargas/Seapa MG Quase metade das exportações brasileiras do agro para os Estados Unidos ainda está sujeita ao tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, disse a diretora de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Sueme Mori, nesta terça-feira (9). Segundo a diretora, os produtos que ainda não foram isentos da tarifa adicional de 40% correspondem a 45% do valor que foi exportado em 2024. Alguns deles são muito dependentes dos EUA no comércio exterior, como a tilápia, o sebo bovino e o mel. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Dados da CNA mostram, por exemplo, que 97,4% das exportações de tilápia, no ano passado, foram destinadas para os EUA. No caso do sebo bovino, esse percentual foi de 93,6%, enquanto o mel, de 78,2%. Durante coletiva de imprensa nesta terça, Mori disse que, caso as tarifas não sejam revertidas, as exportações do agro podem ter um prejuízo de US$ 2,7 bilhões no próximo ano. Brasil sem tilápia? Entenda o que significa a inclusão do peixe em lista de espécies invasoras Comissão europeia aprova salvaguardas para o agro vinculadas ao acordo UE-Mercosul Brasil sem tilápia? O que significa a inclusão do peixe em lista de espécies invasoras Tarifas aplicadas ao Brasil Ao longo do ano, diversos produtos brasileiros foram atingidos por taxas adicionais de importação implementadas pelo governo americano. Em abril, Trump anunciou uma tarifa recíproca de 10% para cerca de 200 produtos alimentícios de diversos países, incluindo o Brasil. A medida, porém, foi revertida em novembro. Em julho, o presidente americano anunciou uma nova sobretaxa de 40%, voltadas para diversos produtos brasileiros, mas quatro meses depois suspendeu a tarifação para mais de 200 mercadorias. As duas medidas trouxeram um grande alívio para o agro, já que tiraram da taxação produtos de peso da exportação nacional, como o café em grão e a carne bovina, que são, respectivamente, o segundo e o terceiro itens mais vendidos pelo setor aos EUA, atrás dos produtos florestais. Outros produtos que não foram contemplados pelas suspensões de tarifas são, por exemplo, o café solúvel e a uva. Em entrevista ao g1, em novembro, o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Aguinaldo Lima, disse que o produto nacional sempre teve uma forte presença nos supermercados dos EUA. No ano passado, por exemplo, 38% do que os americanos importaram teve origem no Brasil. "O risco de perda de mercado nas gôndolas de supermercado nos EUA aumenta a cada dia", disse Lima. "O que a gente sabe, pelos nossos parceiros, é que os EUA ainda estão queimando estoques remanescentes, na esperança que a tarifa caia. Mas, à medida que for apertando, eles buscarão fornecedores alternativos, como México, Colômbia, Vietnã e Europa", afirma. Em 2024, as vendas de solúvel para os EUA representaram 10% de toda a exportação da indústria brasileira de café. O restante da exportação é de café em grão que, agora, está isenta da tarifa. No caso da uva, o diretor-executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão, disse essa exclusão acontece porque os EUA são grandes produtores da fruta e devem ter uma supersafra no próximo ano. Além disso, eles também importam muito do Chile e do Peru. Apesar de ter uma categoria de “frutas frescas” na lista de exceções publicadas pela Casa Branca, a uva ficou de fora dela, segundo confirmou a Abrafrutas com a embaixada. Entretanto, Brandão afirma que os cachos que deixaram de ir para os EUA já foram realocados para países da Europa e da América do Sul. O maior prejuízo, portanto, foi que, com menos demanda, o poder de negociação para decidir o preço caiu, aponta o diretor.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2025/12/09/quase-metade-das-exportacoes-do-agro-seguem-tarifaco-nos-eua.ghtml


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