Alckmin diz que ideia do governo é resolver tarifaço até dia 31, sem precisar pedir adiamento
O governo brasileiro não planeja pedir ao governo americano que adie a entrada em vigor das tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump às exportações brasileiras para os Estados Unidos. A previsão é de que os novos impostos sejam aplicados em 1º de agosto.
Alckmin se reúne com indústria e agro para discutir alternativas ao tarifaço de Trump: 'Trabalharmos para reverter'
"Pudemos ouvir deles e reiterar o compromisso do diálogo, que é o compromisso do presidente Lula de promover o diálogo e trabalharmos juntos para reverter este quadro. Houve uma colocação que o prazo é exíguo, pedido um prazo maior. A ideia do governo não é pedir que o prazo seja estendido, mas é procurar resolver até o dia 31. O governo vai trabalhar para resolver nos próximos dias", disse Alckmin.
A informação foi dada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, após reunião com empresários de setores especialmente atingidos pelas tarifas nesta terça-feira (15). Foram duas rodadas de conversa, uma com a indústria pela manhã e outra com exportadores do agronegócio à tarde.
Ao ser perguntado sobre o setor de perecíveis, o vice-presidente admitiu que é um segmento delicado e, inclusive, adicionou que a produção embarcada também é uma "questão importante e urgente".
Após a reunião, o presidente da Associação Brasileira de Carne Bovina (Abiec), Roberto Perosa, informou que os frigoríficos brasileiros já estão parando de produzir carne destinada ao mercado americano.
Ele destacou que há, neste momento, cerca de 30 mil toneladas de produtos nos portos ou já embarcados em direção aos EUA. "É um volume em torno de 150, 160 milhões de dólares que já estão produzidos e a caminho dos Estados Unidos", afirmou.
Presidente da Assoc. de Exportadores de Carne fala sobre tarifaço
Pelo governo federal, participaram da segunda reunião os ministros Rui Costa (Casa Civil), ministra-substituta embaixadora Maria Laura da Rocha (Relações Exteriores); Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária); Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais (Relações Institucionais), André de Paula (Pesca e Aquicultura)e Laércio Portela (Secretaria de Comunicação Social). Secretários das pastas também acompanharam a discussão.
Demandas empresariais
Segundo apurou o blog da Ana Flor, nas reuniões com o governo, empresários de setores da indústria e da agricultura pediram que o governo federal não utilize a Lei de Reciprocidade sem antes negociar ampliar o prazo da entrada de vigor das novas tarifas dos Estados Unidos.
O g1 apurou que o governo brasileiro aposta, no entanto, na negociação e em reforçar o diálogo com representantes americanos para tentar revisar as medidas sem pedir um novo prazo para as tarifas. E acredita que a pressão de empresários do lado americano – como a manifestada pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos nesta terça – pode ajudar a convencer o governo Trump a mudar de ideia.
Alckmin informou que amanhã se reunirá com as câmaras de comércio entre Brasil e Estados Unidos e com outros setores também afetados, como a indústria química e de softwares, além de representantes de cooperativas, confederações patronais e centrais sindicais.
Tarifaço
O tarifaço foi informado por Trump em carta enviada a Lula no último dia 9. O presidente americano justificou a aplicação de um imposto de 50% às vendas de produtos brasileiros para os EUA mencionando a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e um suposto déficit no comércio entre os dois países.FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/07/15/alckmin-apesar-de-pedido-de-empresarios-governo-nao-planeja-pedir-adiamento-de-tarifaco-de-trump-e-quer-resolver-problema.ghtml