Casa Branca cita JBS e empresa controlada pela Marfrig, entre outras, ao falar de investigação de Trump contra 'cartel de frigoríficos'

  • 10/11/2025
(Foto: Reprodução)
Trump se irrita com preço de carne e manda investigar frigoríficos nos EUA A JBS e a empresa controlada pela Marfrig nos Estados Unidos, a National Beef, foram citadas em um artigo publicado na última sexta-feira (7) no site da Casa Branca , horas depois de o presidente Donald Trump pedir ao Departamento de Justiça (DOJ) para investigar os frigoríficos locais. A investigação foi anunciada em uma rede social pelo presidente americano. Apesar de não citar empresas na postagem, Trump disse que "sempre vai proteger os pecuaristas americanos, e eles estão sendo acusados por algo que tem sido feito por frigoríficos com maioria de capital estrangeiro". A Procuradora-Geral do país, Pamela Bondi, disse que a investigação já está em andamento. Recentemente, o presidente despertou a fúria dos produtores ao discutir a possibilidade de quadruplicar a cota tarifária de importação de carne bovina argentina, para reduzir os preços ao consumidor. Em um artigo cujo título cita "cartéis" de frigoríficos estrangeiros, o site da Casa Branca mencionou outras duas empresas norte-americanas, Cargill e Tyson Foods, para falar da concentração do mercado de carne. Estes frigoríficos dominam 85% do mercado do país, segundo um estudo de 2024 do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) citado pela Casa Branca. A JBS é a maior produtora de carne nos EUA, segundo o site da empresa. Já National Beef é a quarta maior, e reconhecida como a mais lucrativa do setor no país, diz a Marfrig. O artigo no site do governo afirma que, por muito tempo, um pequeno grupo de empresas pressionou os pecuaristas norte-americanos, reduzindo rebanhos e aumentando os preços nos supermercados. A investigação pedida por Trump vai apurar se os frigoríficos violaram leis antitruste ao combinar preços ou limitar a produção. Segundo o governo dos EUA, entre 1980 e 1990, a fatia de gado comprada por esses frigoríficos passou de um terço para mais de 80% do rebanho nacional. "Isso levou à exploração de consumidores, agricultores e pecuaristas americanos", diz o artigo. Uma reportagem do jornal norte-americano "The New York Times", que citou a publicação da Casa Branca, lembrou que tentativas anteriores de quebrar o domínio dos principais frigoríficos no mercado falharam. E que já faz tempo que os pecuaristas do país reclamam do poder excessivo dessas empresas. Saiba mais: Por que grandes frigoríficos brasileiros não deverão sentir tanto o tarifaço dos EUA O que diz o setor Procuradas pelo g1, JBS e Marfrig não se manifestaram. O Meat Institute, que reúne representantes da indústria dos EUA, como a Tyson Foods e JBS nos EUA, disse em comunicado o setor opera com prejuízos há mais de um ano, por causa da escassez de bois e da alta demanda. "Apesar dos preços altos ao consumidor, os processadores de carne estão perdendo dinheiro devido ao valor recorde do gado", diz em nota. O instituto afirma que o mercado de carne é altamente regulado e que as transações são transparentes. Além disso, diz que o governo tem os dados do USDA para confirmar que o setor está vivendo "perdas catastróficas", que devem se manter até 2026. O instituto também sustenta que os preços seguem a lógica da demanda. Menos gado no pasto Os estoques de gado dos EUA, em janeiro, caíram para o nível mais baixo em quase 75 anos, após os fazendeiros reduzirem seus rebanhos devido a uma seca de anos que queimou as terras de pastagem e aumentou os custos de alimentação. O fornecimento ficou ainda mais restrito porque os EUA suspenderam, desde maio, a maioria das importações de gado mexicano em meio a preocupações com a disseminação para o norte da bicheira-do-Novo-Mundo, uma praga carnívora que infesta o gado. Além disso, em agosto, os EUA aplicaram uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros exportados para o país, incluindo carne. O Brasil é o principal fornecedor de carne para a indústria norte-americana. É a carne que vira hambúrguer, por exemplo. Apesar de os EUA também serem grandes produtores de carne, ainda precisam importar o alimento para suprir a demanda dos seus consumidores, que se manteve firme, aumentando os preços. Mesmo com tarifaço, exportação de carne bovina do Brasil bate novo recorde Pecuaristas insatisfeitos Os pecuaristas norte-americanos criticam Trump desde outubro, depois do presidente sugerir que o país importe mais carne bovina da Argentina. Na ocasião, Trump disse que usaria a medida para reduzir os preços da carne bovina nos EUA, que atingiram níveis recordes. Os produtores viram o comentário como uma ameaça no momento em que lucram com os preços altíssimos do gado e com a forte demanda de consumidores americanos. Trump respondeu às críticas nas redes sociais e disse que eles estão em uma boa condição econômica graças ao tarifaço imposto ao Brasil e outros países. "Os pecuaristas, que eu amo, não entendem que a única razão pela qual estão indo bem, pela primeira vez em décadas, é porque eu impus tarifas sobre o gado que entra nos EUA, incluindo uma tarifa de 50% sobre o Brasil", disse Trump em sua rede social. Brasil sem tilápia? Entenda o que significa a inclusão do peixe em lista de espécies invasoras Veja também: Brasil sem tilápia? O que significa a inclusão do peixe em lista de espécies invasoras

FONTE: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2025/11/10/investigacao-de-frigorificos-a-pedido-de-trump-mira-jbs-e-empresa-controlada-pela-marfrig-entre-outras-diz-casa-branca.ghtml


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