Ministério da Agricultura proíbe a venda de 11 marcas de azeite de oliva; saiba quais
03/10/2024
Outros rótulos ainda estão sendo analisados e a lista deve ser atualizada em breve, segundo o Mapa. O azeite é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, atrás apenas do pescado.
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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou uma lista com marcas de azeite de oliva considerados impróprios para o consumo. A divulgação foi feita nesta quinta-feira (3).
Ao todo são 11 marcas: Málaga, Rio Negro, Quinta de Aveiro, Cordilheira, Serrano, Oviedo, Imperial, Ouro Negro, Carcavelos, Pérola Negra e La Ventosa.
Duas delas, a Serrano e a Cordilheira, já tinham sido proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última terça-feira (24).
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De acordo com o Mapa, os produtos foram analisados pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária e foram desclassificados por estarem em desacordo com os parâmetros estabelecidos pelas normas vigentes.
Outro fator que colaborou com a determinação de fraude nos azeites é o fato das empresas responsáveis por esses produtos estarem todas com CNPJ baixado junto à Receita Federal (ou seja, sem registro ativo), segundo o órgão.
O Ministério disse também que outras marcas de azeite de oliva ainda estão sendo analisadas e que, assim que os resultados forem concluídos, uma nova lista será divulgada.
Segundo o Mapa, os supermercados e atacadistas que disponibilizam produtos desclassificados e de procedência desconhecida aos consumidores poderão ser responsabilizados.
Ainda, o órgão enfatizou que os produtos listados não devem ser consumidos e que os consumidores que já tinham comprado esses azeites têm o direito de solicitar a sua substituição.
Essa solicitação deve ser feita nos moldes determinado pelo Código de Defesa do Consumidor ou ainda para o Mapa pelo canal oficial Fala.BR, informando o estabelecimento e endereço onde o produto foi adquirido, orientou o Mapa.
Confira abaixo a lista com as 11 marcas de azeite de oliva proibidas pelo Mapa:
O azeite é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, atrás apenas do pescado, segundo o Mapa.
Não é a primeira vez que marcas ou lotes de azeite vendidos no Brasil são consideradas impróprias para consumo. Em 2021, por exemplo, o governo suspendeu a venda de 24 marcas de azeite de oliva, e em março de 2024, outras 10.
Por isso, a escolha por esse produto requer cuidados. A seguir, confira dicas de especialistas na hora de comprar azeite.
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
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Para comprar um azeite de boa qualidade, é importante optar pelos que foram envasados mais recentemente.
Isso porque a palavra azeite, em sua origem árabe, significa suco de azeitona; portanto, é importante ter o máximo de frescor, explica Ana Beloto, azeitóloga e considerada a sexta mulher mais poderosa do agro pelo ranking da revista Forbes.
O azeite tem três inimigos que o fazem estragar rapidamente: a luz, o oxigênio e o calor. Por causa da influência da luz, as embalagens costumam ser vidros escuros, isolando, assim, o contato com a claridade. Também existe o produto em lata.
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Como é feita a fiscalização
A fiscalização de azeite é um trabalho bastante minucioso no Brasil. O processo é feito pelo Ministério da Agricultura e conta com testes de fraude e qualidade. Veja o passo a passo mais abaixo.
Depois de apreender garrafas nos supermercados, o governo envia amostras para um laboratório, que investiga se o azeite é verdadeiro – isto é, se está misturado a um outro óleo e se realmente se trata de azeite. Esses são os chamados testes de fraude.
Uma vez que o produto for classificado como azeite, segue para a próxima etapa, os testes de qualidade. Nessa parte do processo, os especialistas vão investigar se o produto é extravirgem, virgem tipo único ou mesmo um lampante, que não pode ser consumido.
A equipe conta com pessoas especializadas em descobrir irregularidades pelo cheiro e pelo paladar.
Passo a passo de como o azeite é fiscalizado
Arte/g1
Tipos de azeite
Extravirgem: é o tipo de azeite de maior qualidade, produzido a partir de azeitonas em ótimo estado, com acidez menor que 0,8%. Nas análises sensoriais, predominam atributos positivos de frutado, amargo e picante. Tem ausência de defeitos;
Virgem: é um azeite de qualidade intermediária, que também provém de extração de frutos de qualidade, mas com algum estágio de oxidação e com acidez menor que 2%. Nas análises sensoriais, aparecem defeitos, mas sem muita intensidade;
Lampante: é um azeite de péssima qualidade, com acidez maior que 2% e que não pode ser destinado ao consumo humano. É muito provável que tenha sido feito a partir de azeitonas em péssimo estado de qualidade (colhidas estragadas, do chão ou armazenadas inadequadamente). Nas análises sensoriais, predominam os defeitos;
Tipo Único: é um azeite geralmente derivado da mistura com refinado, ou seja, que foi alterado quimicamente para eliminar impurezas e ser destinado ao consumo humano. É misturado com o azeite de oliva virgem. Ele não chega a ser avaliado sensorialmente, mas é bastante neutro, traz aromas e defeitos diluídos, indicado para fritar por exemplo.
Prejuízos à saúde
Nas fraudes de azeite de oliva, diversos componentes podem ser usados, por isso, é difícil determinar os riscos para saúde do consumidor, explica o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura e Pecuária, Hugo Caruso.
Por exemplo, na década de 80, mais de mil pessoas morreram na Espanha depois de consumirem o produto fraudado. O caso ficou conhecido como a síndrome do azeite tóxico.
Caruso afirma que, no Brasil, é muito comum serem adicionados corantes e aromatizantes que não possuem autorização como ingrediente em óleos e que ainda não se sabe os riscos desses produtos para a saúde do consumidor.
Outro problema seria o fato de o azeite ser recomendado pelos médicos para pacientes cardiovasculares, como um alimento que ajuda no sistema circulatório. Assim, pessoas que o adquirem com esse fim podem comprometer ainda mais a saúde em caso de adulteração, explica.
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