'Nossos frigoríficos já estão parando de produzir carne destinada aos EUA', diz associação

  • 15/07/2025
(Foto: Reprodução)
Presidente da Assoc. de Exportadores de Carne fala sobre tarifaço Frigoríficos brasileiros já estão parando de produzir carne bovina destinada aos Estados Unidos, afirmou Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira de Carne Bovina (Abiec), nesta terça-feira (15). A declaração acontece menos de uma semana após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. "Com essa taxação se torna inviável a exportação de carne bovina aos EUA, que é o nosso segundo maior comprador", completou Perosa. O empresário foi um dos que se reuniram com o vice-presidente Geraldo Alckmin nesta terça, para discutir o tarifaço. Perosa também destacou preocupação com o futuro das cargas de carne bovina que já estão a caminho dos EUA. "Temos cerca de 30.000 toneladas que estão no porto ou nas águas", diz. "É um volume em torno de 150, 160 milhões de dólares que já estão produzidos e a caminho dos EUA". Mais cedo, nesta terça, frigoríficos de Mato Grosso do Sul afirmaram que suspenderam a produção de carne para os EUA. A informação foi confirmada ao g1 pelo governo do estado e pelo Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems). Segundo o vice-presidente do sindicato, Alberto Sérgio Capucci, a medida foi tomada para evitar o acúmulo de estoques de carne que não seriam vendidos. Os EUA são o segundo maior comprador da carne bovina nacional, depois da China: eles importam 12% de todo o volume que o Brasil vende para o exterior, enquanto os chineses levam praticamente metade (48%), segundo o Ministério da Agricultura. Frigoríficos de MS paralisam produção de carne destinada aos EUA após tarifaço de Trump Governo não vai pedir adiamento, diz Alckmin Para mitigar a situação, segundo ele, seria necessário adiar a data prevista para o início da taxação, marcada para 1º de agosto. Mas Alckmin afirmou, depois de se reunir com empresários do agro, que o governo não planeja pedir adiamento do tarifaço. Outros setores demonstram preocupação Setor do suco de laranja está preocupado com tarifaço de Trump Na mesma coletiva, outros representantes do agronegócio também se manifestaram sobre a taxação anunciada por Trump. Ibiapaba Netto, presidente do CitrusBR, associação de exportadores de suco de laranja, disse estar especialmente preocupado porque a medida foi anunciada no início da safra, ou seja, bem no começo da colheita do produto. “A gente tem uma safra inteira para ser colhida, sem saber se o segundo maior mercado estará disponível ou não”, disse. Isso porque, segundo ele, a nova tarifa inviabilizaria a exportação para os EUA. Já o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, ressaltou os prejuízos que a nova taxação pode causar à exportação de manga brasileira. “Essa safra representa 2.500 contêineres de manga para os Estados Unidos. Foi planejada há seis meses, como fazemos todos os anos.”, afirmou. Segundo ele, não há logística disponível para redirecionar esse volume à Europa ou absorvê-lo no mercado interno. 'Café brasileiro traz o corpo e a doçura que os outros cafés não têm', diz associação O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Márcio Ferreira, destacou as consequências econômicas da medida para os EUA. “É extremamente inflacionário para a população americana. Café não é produzido nos EUA, então não concorre contra o agro americano”. Ferreira também enfatizou que cada dólar exportado pelo Brasil, gera 43 dólares na indústria americana, um dado da National Coffee Association (NCA). Tarifaço vai impactar venda de carne aos EUA, mas não é só o Brasil que perde; entenda Agro brasileiro aciona diplomacia para conter impacto de tarifas de Trump Como o tarifaço de Trump impacta nas exportações de carne bovina do Brasil? Raio X da exportação Arte g1

FONTE: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2025/07/15/nossos-frigorificos-ja-estao-parando-de-produzir-carne-destinada-aos-eua-diz-associacao.ghtml


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