Primeira ministra da Itália diz que é 'prematuro' assinar acordo entre Mercosul e União Europeia
17/12/2025
(Foto: Reprodução) Meloni: Seria prematuro assinar acordo UE-Mercosul agora
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou nesta quarta-feira (17) que seria “prematuro” para a União Europeia firmar um acordo comercial com o Mercosul, bloco de países latino-americanos.
Em discurso no Parlamento italiano, na véspera de uma cúpula da UE, Meloni disse que o acordo exige garantias de reciprocidade suficientes para proteger o setor agrícola.
Ela acrescentou estar confiante de que as condições necessárias para a assinatura do acordo comercial poderão ser atendidas no início do próximo ano.
A França também declarou que se oporá firmemente a qualquer tentativa da União Europeia de avançar com o acordo comercial com o Mercosul. A posição foi comunicada pelo presidente Emmanuel Macron durante uma reunião de gabinete, segundo informou um porta-voz do governo francês.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deveria viajar ao Brasil no fim desta semana para assinar o acordo, concluído há um ano após mais de duas décadas de negociações com o bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Parlamento Europeu aprova medidas de proteção
Na terça-feira (16), o Parlamento Europeu aprovou os mecanismos de salvaguarda para importações agrícolas relacionadas ao acordo entre a União Europeia e o Mercosul. A decisão representa mais um passo para que o pacto, negociado há 26 anos, possa finalmente ser assinado.
O texto aprovado, porém, é mais rígido do que a proposta original da Comissão Europeia, que havia formulado as salvaguardas em setembro.
O objetivo é permitir que os benefícios tarifários concedidos ao Mercosul possam ser suspensos temporariamente, caso a UE avalie que algum setor agrícola local esteja sendo prejudicado.
Com as mudanças introduzidas, os parlamentares terão de negociar um novo texto com o Conselho Europeu, que representa os governos da UE e havia apoiado a versão anterior. As discussões começam ainda nesta quarta-feira.
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Remo Casilli/Reuters
