Tarifaço de Trump: relembre esforços do governo brasileiro para reduzir as taxas dos EUA

  • 20/11/2025
(Foto: Reprodução)
Negociadores do Brasil veem data da retirada do tarifaço como sinal político de Trump Nesta quinta-feira (21), os EUA anunciaram a retirada da tarifa de 40% de alguns produtos brasileiros. Com aplicação a partir de 13 de novembro, a medida beneficia carne bovina, café, açaí, cacau e diversos outros produtos. Ao fazer o anúncio, Trump citou sua conversa com o presidente Lula em outubro e afirmou que sua decisão é resultado das negociações entre os dois governos. Relembre a seguir alguns desses esforços que o governo brasileiro teve desde o início da taxação americana. Lula e Trump se encontram na Malásia. Ricardo Stuckert/PR Defesa ao diálogo Em 3 de abril, um dia após Trump anunciar mudanças na taxação sobre produtos nacionais, o governo brasileiro avaliou que tinha elementos para reagir à postura comercial americana e defendeu o diálogo como negociação. Na época, o presidente Lula falou das tarifas americanas em um evento que apresentou um balanço das ações do governo federal. "Defendemos o multilateralismo e o livre comércio e responderemos a qualquer tentativa de impor o protecionismo que não cabe mais hoje no mundo. Diante da decisão dos Estados Unidos de impor uma sobretaxa aos produtos brasileiros, tomaremos todas as medidas cabíveis para defender as nossas empresas e os nossos trabalhadores brasileiros", , afirmou Lula na época. "Tendo como referência a lei da reciprocidade econômica aprovada ontem pelo Congresso Nacional e a diretiva da Organização Mundial do Comércio." Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, disse que a decisão de Trump era ruim para todos: "Enfraquece a OMC, diminui previsibilidade, cria insegurança para investimento. Então, nós entendemos que esse não é o caminho. O que nós defendemos é o diálogo e a negociação. Não se faz guerra para obter a paz. Quer dizer, a guerra tarifária, todos perdem". Cartas e conversas no bastidor Em julho, Trump assinou um decreto que impôs uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o total para 50%. Representantes do governo brasileiro relataram à Globonews ter iniciado em Brasília e em Washington conversas de bastidor com integrantes do governo americano e com empresários em busca de uma aproximação. Nessa época, o governo Lula enviou duas cartas a integrantes do governo Trump, de acordo com os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Os órgãos disseram que não tinham tido respostas formais, no entanto. Em entrevista à Globonews em 23 de novembro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que já tinham sido feitas mais de dez rodadas de negociações. Lula fala em mundo 'civilizado' Às vésperas da taxação, Lula disse que esperava que Trump refletisse sobre "a importância do Brasil" e adotasse "uma postura de diálogo em vez de impor tarifas unilaterais". "Eu espero que o presidente dos EUA reflita a importância do Brasil e resolva fazer aquilo que no mundo civilizado a gente faz. Tem divergência? Senta numa mesa, coloca a divergência do lado e vamos tentar resolver", disse Lula em 28 de julho. "E não de forma abrupta, individual, tomar a decisão de que vai multar, taxar o Brasil em 50%." Tentativa de adiamento Como forma de atenuar os efeitos da medida que se aproximava, o governo brasileiro tentou adiar o tarifaço nos últimos dias de julho. Nesse mesmo período, também fez esforço para pelo menos excluir alimentos e a Embraer do aumento das tarifas. Vitória para celulose e ferro-níquel Em 11 de setembro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou que o governo dos EUA tinha retirado a alíquota de 10% sobre a maior parte das exportações brasileiras de celulose e de ferro-níquel ao país. “Essa decisão representa um avanço, sobretudo para o setor de celulose do Brasil. Mas ainda há muito a ser feito e seguimos trabalhando para reduzir as tarifas”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, na época. Encontro com ''química excelente' Em 23 de setembro, Trump disse na Assembleia Geral da ONU que havia encontrado com Lula no evento e que havia tido "uma química excelente" com o presidente brasileiro. Ele também disse que Lula parecia ser "um cara muito agradável". "Eu estava entrando (no plenário da ONU), e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. Na verdade, concordamos que nos encontraríamos na semana que vem", disse Trump. "Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos." "Ele parece um cara muito legal, ele gosta de mim e eu gostei dele. E eu só faço negócio com gente de quem eu gosto. Quando não gosto deles, eu não faço. Quando eu não gosto, eu não gosto. Por 39 segundos, nós tivemos uma ótima química e isso é um bom sinal." Fontes do governo brasileiro, então, confirmaram que haveria uma reunião entre Trump e Lula em outubro. Lula e Trump no telefone "Em 6 de outubro de 2025, participei de uma ligação com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, durante a qual concordamos em iniciar negociações para tratar das preocupações identificadas na Ordem Executiva 14323", afirmou Trump. "Também recebi informações adicionais e recomendações de vários funcionários que, sob minha orientação, vêm monitorando as circunstâncias relacionadas à emergência declarada na Ordem Executiva 14323. Por exemplo, na opinião deles, certas importações agrícolas do Brasil não deveriam mais estar sujeitas à tarifa adicional ad valorem imposta sob a Ordem Executiva 14323 porque, entre outros fatores relevantes, houve progresso inicial nas negociações com o Governo do Brasil." Trump retira tarifas de 40% sobre dezenas de produtos brasileiros, entre eles café e carne

FONTE: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2025/11/20/relembre-esforcos-do-governo-brasileiro-para-reduzir-tarifaco-de-trump.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Anunciantes