Três casos suspeitos de gripe aviária em SC são descartados, diz estado
22/05/2025
(Foto: Reprodução) Ao contrário do que afirma estado catarinense, Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) diz que segue em investigação. Após 3 casos descartados, SC investiga um possível caso de gripe aviária em Concórdia
A Secretaria da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina informou nesta quinta-feira (22) que, após análises laboratoriais feitas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), foram descartadas as suspeitas de gripe aviária H5N1 em Ipumirim e Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, e em Garopaba, no Sul do estado. No entanto, diz que investiga um caso em Concórdia, no Oeste.
O g1 entrou em contato com o Mapa, que deu retorno às 22h49 de quinta. Segundo a pasta, as investigações de Ipumirim (SC) seguem, porque as análises iniciais apontaram para resultados com baixa carga viral ou possível degradação do material genético viral (veja nota completa abaixo).
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O caso em Ipumirim continua em investigação para obtenção do diagnóstico final, sobre a causa da mortalidade, o que deve ser concluído em uma semana, informou a Secretaria da Agricultura de Santa Catarina.
Segundo a secretaria, a informação sobre os descartes foi confirmada pelo Mapa na quinta, por meio de laudo oficial. Já o governo federal, em nota divulgada mais tarde, disse que segue apurando a hipótese de gripe aviária.
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SAR/ Divulgação
Os casos descartados foram:
Ipumirim - granja comercial
Chapecó - galinha doméstica
Garopaba - quero-quero - silvestre
Além destes casos descartados, o estado tem outro em investigação:
Concórdia - galinha doméstica
Por conta do caso registrado em uma granja comercial no Rio Grande do Sul na quinta-feira (15), o estado catarinense mantém alerta sobre a segurança das aves no estado e proibiu a entrada de animais vivos e ovos férteis provenientes de 12 municípios do estado gaúcho.
O que é a gripe aviária? A H5N1 é uma variante da Influenza A que afeta tanto aves quanto mamíferos. A transmissão para humanos ocorre por meio do contato com secreções de animais infectados, sendo a doença letal para ambos. Apesar da alta taxa de contaminação entre animais, não há evidências de transmissão da doença pelo consumo de ovos ou carne de aves e mamíferos contaminados.
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Sintomas da gripe aviária
Os sintomas da gripe aviária são semelhantes aos da Influenza comum, podendo variar de leves a graves. O infectologista Jean Gorinchteyn lista os mais frequentes:
Febre.
Tosse seca.
Espirros.
Coriza.
Secreção nasal.
Dor de garganta.
Falta de ar.
Dores ao respirar.
Pneumonite (inflamação dos pulmões).
Insuficiência respiratória.
Comorbidades aumentam o risco de forma grave da doença
Os infectologistas detalham que, assim como em outros tipos de gripe, bebês, crianças, idosos e pessoas com comorbidades pulmonares e cardiovasculares são mais vulneráveis a desenvolver quadros graves da doença.
“Gestantes e indivíduos imunossuprimidos também integram o grupo de risco”, alerta o infectologista Jean Gorinchteyn, Secretário de Saúde de São Bernardo do Campo (SP).
O infectologista também chama a atenção para a possibilidade de infecções bacterianas simultâneas. “Enquanto o sistema imunológico combate o vírus, bactérias podem se aproveitar da fragilidade do organismo e se instalar. Nesses casos, um tratamento intensificado é necessário”, afirma.
O que diz o MAPA?
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informa que seguem em andamento as investigações relacionadas às amostras coletadas em granjas comerciais nos municípios de Aguiarnópolis (TO) e Ipumirim (SC). As análises iniciais apontaram para resultados com baixa carga viral ou possível degradação do material genético viral, o que inviabilizou o sequenciamento direto do vírus.
Nestes casos, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência do Mapa e credenciado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), adotou o protocolo internacional preconizado pela Organização para esses casos. As amostras estão sendo inoculadas em ovos embrionados com o objetivo de isolar o patógeno e aumentar a quantidade de material genético disponível para a realização de provas complementares.
É importante destacar que esse procedimento já foi aplicado em 33 amostras de vigilância passiva (casos suspeitos) ao longo dos últimos 12 meses, em um universo de 1.529 amostras analisadas, o que representa cerca de 2,2% do total.
O Mapa reforça que todas as etapas estão sendo conduzidas com rigor técnico, de acordo com os padrões internacionais, e seguem como prioridades da defesa agropecuária brasileira.
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